Estou publicando uma cronica escrita pelo Jornalista Guto Villanova e publicada no blog da ms2 produtora, clique aqui,
"Foi numa noite bastante agradável de clima pré-outonal que Porto Alegre assistiu à performance daquele que é possivelmente o último grande entertainner do rock, Ozzy Osbourne, o pai do Metal e ex-líder do mítico Black Sabbath. Perante um “mar” de camisetas pretas dos adeptos do gênero que ele ajudou a imortalizar (o público total estima-se foi de 12 mil pessoas), o ”príncipe das trevas” subiu ao palco do Gigantinho pontualmente (britanicamente) às 9 da noite para fazer o que sabe melhor: cantar e entreter. Deletemos da cabeça a imagem do cantor reduzido a um mero bufão no dispensável reality The Osbournes, o que vai ficar para a eternidade é o artista criador de verdadeiros hinos roqueiros e um performático extraordinário.
A apresentação abre com a clássica “Bark at the Moon”, um dos pontos altos da carreira-solo de Ozzy e uma das canções que mais vão empolgar a platéia até o fim. Inicio uma viagem sentimental até minha adolescência. Reparo que outros também fazem. Jogam no palco uma bandeira do Grêmio, o cantor se enrola nela. Vibração e vaias no ginásio do Inter. Foi cômico e ao mesmo tempo mais uma demonstração de como a capital é provinciana transferindo para situações díspares a tão apregoada polarização clubística. Ah quem goste…A cena inclusive vai parar no jornal da Globo.
O show segue com “Let me hear you scream”, do trabalho atual do “comedor de morcegos”, o CD “Scream” (2010), que é o mote da turnê mundial que está passando agora pelo Brasil. O teclado da introdução de Mr.Crowley, prenuncia que aí vem mais um clássico absoluto do repertório ‘ozzybourneano’. O público vai ao delírio! Seguem-se mais clássicos como “I dont know”; “Fairies Wear Boots” (Clássico do repertório Sabbathico); “Suicide Solution’’; “Road to Nowhere”…Os bares do ginásio estão sempre cheios, muita cerveja e uísque regados à Metal, mas no palco: só água, muita água que Ozzy compartilha com o sedento povo da pista com o auxílio de baldes e uma mangueira. É um showman de alma infantil. A melancolia dos anos 80 surge com a bela “Shot in Dark”. As eletrizantes: “Rat salad”, “Iron Man” e “War Pigs” levam comoção a novos e velhos fãs do som imortal do Black Sabbath. Na pista, filmam um fã com uma cabeça de porco que quer jogar para o Ozzy “devorar”, mas infelizmente a cena não se concretiza. Entusiasmado com a reação do público, Ozzy anuncia que pretende voltar no ano que vem.
Com “Crazy Train”, Ozzy presta uma homenagem aos fãs do falecido guitarrista Randy Rhoads, uma fera da guitarra que morreu jovem num acidente aéreo, e que tocou nos clássicos Blizzard of Ozz de 1980 e Diary of a Madman de 1981. O show de cerca de 1h30min encerra com a balada “Mama i´m coming home” e o petardo sabbathiano “Paranoid”. O público saiu feliz, extasiado. Assistiu a um mito do rock, que se já não tem o mesmo vigor físico de outrora, algo natural para quem está com 62 anos de idade e que é uma verdadeira fênix renascida do mundo cão das drogas, tem intactos o espírito roqueiro e a vontade de seguir entretendo seus fãs fervorosos."
Por Guto Villanova
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