Nelson Coelho de Castro nasceu em Porto Alegre no dia 17 de abril de 1954. A vocação pela música vem de casa: escuta desde pequeno a mãe cantarolar clássicos da MPB via Rádio Nacional e o pai a tocar gaita de boca com os tios. Entre 1965 e 68, participa do grupo de meninos cantores do Colégio São João.
Nas Rodas de Som projeto de Carlinhos Hartlieb de 1975, Nelson faz sua estréia como compositor. Em 1976 participa dos Festivais Universitários da PUC. Ali, com a música "Futebol", recebe o Prêmio de Originalidade. No mesmo ano em que se forma em Jornalismo - 1977 - realiza seu primeiro espetáculo E O Crocodilo Chorou, ao lado do seu grupo Olho da Rua e dirigido por Luciano Alabarse.
Em 78, as canções "Rasa Calamidade" (sobre a miséria e altivez da Vila Cruzeiro do Sul de Porto Alegre) e "Águias" irão fazer parte primeiro registro fonográfico de seu trabalho através do LP, histórico, o coletivo Paralelo 30, produzido pelo jornalista Juarez Fonseca.
Em 1979, lança seu primeiro compacto, Faz A Cabeça e, entre 80-81, produz e lança, o primeiro disco independente produzido no Estado, Juntos - um marco na música gaúcha e que vai influenciar outros compositores neste segmento alternativo, esse trabalho foi relançado em CD em 1996.
Já em 83, grava o LP Nelson Coelho de Castro (RGE), o sucesso "Vim Vadiá", marcou época. No mesmo ano em que vence o 1º Festival Latino Americano da Canção - Musicanto. Recebe o Prêmio Tibicuera com o musical infantil "Cidade do Lugar Nenhum"; participa da trilha sonora do filme Verdes Anos, com a canção "Armadilha" e ganha o título de Personalidade do Ano pela crítica especializada.
Com o disco Força D'água (Ariola) em 85, tem seu primeiro lançamento nacional. Ainda nesta época recebe o Prêmio Açorianos - Melhor Trilha Sonora para Teatro - para a peça o Doce Vampiro, de Carlos Carvalho. Foi um dos fundadores da Cooperativa dos Músicos de Porto Alegre sendo o primeiro presidente de 87 a 89.
Em 1991, fez parte do espetáculo Compor Canta Lupi, em homenagem a Lupicínio Rodrigues, resultando em um LP, onde ele canta "Esses Moços".
Em 1996, inicia a gravação do quarto disco de sua carreira: o Cd, Verniz da Madrugada que conquista três Prêmios Açorianos: Melhor Disco do Ano, Melhor Compositor e Melhor Disco de MPB.
Com o show "Juntos Ao Vivo" com Bebeto Alves, Gelson Oliveira e Totonho Villeroy conquista o Prêmio Açorianos de Melhor Espetáculo do Ano de 1997 e Disco do Ano e Disco de MPB em 1998.
Em 2000, lança o Cd Coletânea, com músicas de seu segundo e terceiro discos pela gravadora Barulinho.
É selecionado para o projeto "Itaú - Rumos Culturais, Cartografia Brasileira". O Projeto lança uma coleção chamada "Cartografia Musical Brasileira", de dez CDs divididos regionalmente, que estabelece uma amostragem de 78 artistas e grupos independentes (sejam novos ou veteranos), abrangendo variadas vertentes da música popular e instrumental. Sob patrocínio do Itaú, o pacote é viabilizado comercialmente pela associação de dez gravadoras independentes espalhadas pelo Brasil inteiro. Nelson participa com as faixas "Ele Vem de Manhã" e "Colombina".
Em 2001 sai o Cd Da Pessoa (Fumproarte), pelo qual recebeu novamente o Premio Açorianos de Música. Tem 15 músicas, todas de autoria de Nelson (apenas uma, “Pérola no Veludo”, é em parceria com Cezar Ulysses Coelho de Castro). Várias delas têm menos de um minuto, podendo até ser definidas como vinhetas. Mas é importante notar que elas não são brincadeirinhas, como geralmente as vinhetas são.
Um dos destaques do disco é “Futebol”, música com a qual Nelson Coelho de Castro venceu o prêmio de originalidade no festival Musi-PUC em 1977. A instrumentação típica do samba é usada sem que se configure o ritmo de samba, enquanto na letra o compositor fala de dribles e impedimentos – metáforas à ditadura, pra enganar a censura dos militares.
Além de Nelson (voz e violão), o disco tem a participação de Edílson Ávila (guitarra e violão), Mário Carvalho (baixo), Michel Dorfman (teclados) e Fernando do Ó e Giovani Berti nas percussões.
A parceria com Bebeto Alves, Gelson Oliveira e Totonho Villeroy foi repetida em 2002, quando fizeram uma turnê pela Europa (Paris, Viena e Munique) para o lançamento do Cd Povoado das Águas, fazendo, no retorno, uma apresentação no Fórum Social Mundial de Porto Alegre, para mais de 70 mil pessoas.
Em 2004, faz a pré-produção do seu novo trabalho e a gravação do Cd A Cidade do Lugar Nenhum, premiado espetáculo infantil. É classificado com a música "Cidade" parceria com Sérgio Napp no concurso sobre músicas de Porto Alegre.
Em 2005 participa do Projeto Sonoras Energias, patrocinado pela AES Sul, em um roteiro por seis cidades do interior gaúcho, continua a pré-produção de seu novo Cd, com canções inéditas, chamado provisoriamente de Lua Caiada, pelo selo homônimo. E começa a pesquisar, reunir, atualizar textos, crônicas, memórias e ensaios sobre cultura, que farão parte de um livro seu, a ser lançado esse ano.
Entre seus grandes sucessos estão: "Armadilha", "Verniz da Madrugada", "Tão Bonita Voz", "Ver-te Algo Teu", "Pátria Mãe", "Vim Vadiá", "Aquele Tempo do Julinho", "Legislativo", "Rapaz" e "Cristal".
fonte: durango 95
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